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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A viagem daqueles sonhos

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Aquele frio na barriga ao te ver chegar na rodoviária, me senti uma menina de novo, apesar de seu imenso atraso devido ao trânsito e das inúmeras mensagens trocadas. Sim, o mesmo frio na barriga do nosso primeiro beijo, eu nunca tinha beijado ninguém até aquele trem fantasma. Você chega e quase me beija, diz que se sentiu indo encontrar a namorada como fazia anos atrás. Ao colocar o pé no ônibus já sabia que estava indo para uma viagem totalmente louca, mas que eu sempre quis! Alias, você ainda pode me achar uma namorada, já que não teve mais nenhuma depois de mim mesmo depois de seis anos.

A lua já nasceu e por acaso está linda, você vem chegando mais perto, mas te evito. Horas e horas no engarrafamento, mais de seis horas, você tentava me beijar em cada instante, o pior é que tinha um clima danado pra isso. Quase nos perdemos, porém chegamos. Você toca violão para mim, coisa que nunca fez enquanto estávamos juntos, mesmo pedindo muito. Começa logo com a letra "Devia ter arriscado mais e até errado mais", sim eu sei que a culpa de termos terminado foi minha! Ok, não precisa cantar me olhando com essa cara.

O problema começa na hora de dormir, acabamos dormindo juntos, no mesmo quarto e na cama de casal. Risos do nada "você tá dormindo?" "não" "nem eu", um abraço, um aconchego, um beijo. Acordamos, agora você escreve nosso nome no quiosque da praia, marcou pra sempre ali nossas iniciais! Uma tarde recheada de novidades e a noite meu primeiro porre. Você trouxe vinho, pura maldade sabe que eu gosto e que não sei beber.

Duas taças e já estou trocando as pernas, mas sou a única bêbada certinha do mundo! Você pergunta o que eu tenho, fico muda, você me entope de mel e diz "tomara que você não passe mal, nem bebeu tanto". Vamos para o quarto, eu digo apenas "você não devia estar aqui comigo, devia estar com a sua namorada". Nem bêbada esqueço que tens alguém hoje em dia, não é namorada, mas é a mesma alguém há quase um ano. Eu durmo, você volta e me pergunta "você ainda gosta ao mesmo um pouquinho de mim?", eu estava bêbada mas lembro, uma resposta malcriada "O que você acha?" viro e durmo.

O dia amanhece, tenho café na cama e alguém espirrando horrores. Ainda me sinto meio tonta e você ri de mim "você ouviu cachorros latindo do nada", muitos risos e fingimos esquecer o que falei, assim como de tarde fingi que não vi sem querer a sms que você enviou. Sem querer, sabe como sou curiosa, eu vi seu celular acender de manhã, fui só conferir enquanto tomava banho se tinha visto. Constatei o que eu não queria, ela te ligou inúmeras vezes e mandou mensagens, você respondeu com um "Cheguei bem, aqui é lindo, queria você aqui comigo". Acabou comigo! Chorei quando entrei no banho, coloquei meu orgulho para dentro, se eu falasse o que vi acabaria com tudo, estava umas cinco horas de casa não valia a pena, eu sabia dela quando aceitei vir.

Você ficou com febre, mas mesmo assim foi comigo as dunas, eu sempre quis ir lá e você foi só para me agradar. Para melhorar pegamos uma chuva terrível! Dois pintos molhados em um ônibus de ar condicionado, resultado: mais febre. Te dei remédio e dormiu a tarde toda no sofá, me chamou para deitar com você, nos aninhamos e ficamos ali. Acordamos 22h não dava mais para voltar, o final de semana se estendeu por mais uma noite, dormimos no sofá mesmo. Me acordou de madrugada com beijos, já estava melhor,e depois mais um café na cama.

A difícil missão de conseguir voltar sem ter comprado as passagens. Mas, enfim, um ida para outra cidade e voltamos para capital. No ônibus eu via a estrada passando, você dormindo ao meu lado e sabia que isso ficaria para sempre na memória: violão, a lua na estrada, meu primeiro porre, a lua na praia, o mel, café da manhã na cama, meus dotes de enfermeira, corridas na chuva...

Ao pisarmos na rodoviária você dizia que de tarde iria buscar seu antialérgico, que por acaso é ao lado do seu trabalho... Onde eu sei que ela também trabalha. Eu estava agora rumo ao meu trabalho, de volta a realidade. Não me contenho, falo que vi a mensagem e você apenas responde "Se eu te disser o motivo de ter enviado isso vou ter que falar tudo que inventei para ir com você. Saiba que nunca deixei de te amar e nem nunca vou deixar".





terça-feira, 27 de novembro de 2012

Disco: 'Privateering', de Mark Knopfler

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Depois de mais ou menos três anos de espera, desde o lançamento de Get Lucky (2009), finalmente os brasileiros podem colocar as mãos no mais recente álbum solo do músico britânico Mark Knopfler: Privateering (2012), um disco duplo que totaliza 20 canções embaladas pelo gênero folk blues, tão apreciado por Knopfler. Fã incondicional do ex-líder da extinta banda Dire Straits, eu sempre acompanhei com entusiasmo as produções individuais de Mark – e posso dizer, com segurança, que nunca tive uma decepção real com aquilo que ele já compôs em todos esses longos anos.

Mistura equilibrada de country e folk blues, com uma leve e persistente presença do rock clássico, utilizando-se de instrumentos como sanfona, banjo e violino, Privateering é – assim como o disco anterior, Get Lucky – uma prova consistente e indiscutível da maturidade artística de Knopfler. Maturidade esta que, na verdade, ele sempre pareceu possuir, desde o distante trabalho em Golden Heart (1996), seu primeiro disco solo, em que já estavam presentes o bom ritmo, as letras com qualidade, a "ousadia comportada" característica do músico e a voz com timbre grave e sorumbático.

Mark já lançou sete discos solo até o momento. Com Privateering, ele dá algumas mostras de como anda sua tendência atual: uma simpatia pelo som norte-americano aliada à paixão pelas origens celtas. Essa união singular produz músicas belíssimas, como a balada "Kingdom of Gold" e a nostálgica "Haul Away". A faixa-título, "Privateering", é sem dúvida uma das melhores do álbum, e posso dizer que ela já era a minha preferida mesmo nas versões ao vivo que Mark Knopfler reproduziu nas suas últimas turnês.

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Get Lucky (2009) e Golden Heart (1996): álbuns com a maturidade sempre notável de Mark Knopfler

Ouvintes de Dire Straits podem estranhar o som de um álbum como Get Lucky, por exemplo, ou de Privateering, dada a enorme diferença entre o ritmo pop da antiga banda inglesa e a profundidade mais arqueológica do trabalho solo de seu ex-líder. Ao lado de grandes hits como "Sultans of Swing" e "Money for Nothing", faixas tais como "Redbud Tree" ou "Dream of the Drowned Submariner" podem soar monótonas, enfadonhas ou incompreensíveis. No entanto, bem feitas as contas, já na condição de guitarrista dos Straits, Mark Knopfler plantou sementes que mais tarde, em sua carreira solo, floresceriam. Essas sementes, vejo agora, eram músicas como as saudosas "Why Worry", "Ride Across the River" e "Lions", dentre outras.

Aos fãs de Knopfler, resta então se deleitar com este novo álbum, original, eclético, profundo e agradável aos ouvidos… e esperar pelo próximo trabalho deste músico que, apesar dos passeios que já fez pelos mais diferentes ritmos e solos, nunca decepcionou aqueles que cativou desde os anos 1980.

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Privateering (2012) – Playlist
CD I
  1. Redbud Tree
  2. Haul Away
  3. Don’t Forget Your Hat
  4. Privateering
  5. Miss You Blues
  6. Corned Beef City
  7. Go, Love
  8. Hot or What
  9. Yon Two Crows
  10. Seattle
CD II
  1. Kingdom of Gold
  2. Got to Have Something
  3. Radio City Serenade
  4. I Used to Could
  5. Gator Blood
  6. Bluebird
  7. Dream of the Drowned Submariner
  8. Blood and Water
  9. Today is Okay
  10. After the Beanstalk

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Por trás e nas passarelas

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O Fashion Rio manteve seu glamour nos desfiles e nos camarins. O Lupa Cultural esteve no evento na última quarta feira, 07 de novembro, e viu tudo que acontece antes dos desfiles, assistiu dois desfiles e ainda descobriu como as pessoas que não possuem convites conseguem assistir aos desfiles, inclusive os mais concorridos como o do Alexandre Herchcovitch.

Desfile da Oh, Boy! - Fashion Rio 2013

Nas passarelas pode ser vista a tendência dos animais na moda, seja com os detalhes em Animal Print da TNG ou com desenhos fofos da Oh, Boy!. Já Alexandre Herchcovitch apostou nas cores bem vivas e nos detalhes brilhantes, uma curiosidade aprovada: a volta das jardineiras.



Camarim da TNG - Fashion Rio 2013

O charme das passarelas continua nos bastidores. Enquanto aguardam pelo desfile da TNG os modelos jogam cartas e conversam, na hora de se vestir contam com ajuda até para fechar os botões da camisa, cada modelo possui uma pessoa disponível para ajudar. Nem tudo são flores, correria na hora em que uma unha borra ou tenção na hora em que os produtores mais grosseiros e ásperos dão as instruções para o desfile.




Do lado de fora muitos aguardam para entrar nos desfiles, mas depois que é liberada a entrada alguns ficam. Por curiosidade, o Lupa foi investigar e descobriu como é fácil assistir aos desfiles sem convite. Pelo menos 10 minutos antes do início todos são liberados, mesmo com a sala lotada. O desfile da Oh, Boy! contou com dezenas de pessoas em pé.


Show ao vivo no lounge da Melissa

Dentro ou fora das salas de desfiles o glamour do evento é mantido. Nos lounges, tanto nos privados quanto nos abertos, a tendência eram as taças de champanhe distribuídas para todos. O da Sandália Ipanema se destacou contando a história do tradicional bairro Carioca, Ipanema, e o da Melissa que deu, literalmente, um show no intervalo dos desfiles com música ao vivo.









 

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